quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A abstenção em Portugal

Chegados que estamos à pré-campanha, chega também um periodo de reflexão. Ano após ano, mais Portugueses se recusam a ir até às urnas votar. E vemos que, de facto, pouco se faz em relação a isso. Pouco se diz como se de um obscuro tabu se tratasse. Um segredo guardado a sete chaves e que ninguém ousa sequer tentar descobrir.

A verdade é que, na minha humilde opinião, a abstenção existe e é fomentada pelos grande grupos políticos. Deixe-me repetir: É DO INTERESSE DOS PARTIDOS QUE HAJA ABSTENÇÃO!

Eu passo a explicar o meu ponto de vista. É um facto notório que a classe política está em total e completo descrédito. Mas, poucas são as figuras que saem de cena e menos as novas que sobem ao palco. Os lugares estão politizados e cuidadosamente distribuídos e contabilizados. As linhas hierarquicas estão estabelecidas e o senhor que se segue é conhecido muito antes de ser de facto necessário.


Mas o que isto tem a ver com a abstenção?

Tem tudo! Se as pessoas não estão contentes com os políticos. Se ninguém confia. Se ninguém acredita, seria normal que muitos independentes surgissem e que conseguissem ter resultados visíveis nas eleições. Mas a verdade é que isso não acontece. A abstenção protege disso. Limitando o número de votantes mais facilmente se limita a distribuição dos votos. Se conseguíssemos controlar a população votante ao Caldas, Rato, São Caetano (e mais dois ou três sítios), tudo seria mais simples para os políticos. Funciona um pouco como a Grécia antiga, onde muitas pessoas viviam mas apenas um grupo muito limitado tinha poder de voto.

Então, a moral é continuamente mantida baixa. O sentimento de impotência é perpetuado. Todos falam mal mas não exercem aquilo que de mais valioso possuem: o direito, perdão, o previlégio do voto. E assim vamos, no nosso Portugal.

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